domingo, 20 de outubro de 2013

Ser Pássaro



A princípio pareciam pássaros que tentavam a todo custo voar mais alto. Para voar alto não basta ter asas, não basta ser pássaro. E a cada vez que alçavam voo era frustrante não ver a cidade mais do alto, de ver tudo se distanciar mais rapidamente. Com o tempo a persistência acaba, a liberdade se confunde com desordem e a cabeça fica a ponto de explodir de tanta coisa inacabada na vida. 
Ser um pássaro preso em gaiola ainda é mais fácil que um humano preso em suas próprias concepções.

sábado, 22 de junho de 2013

Simplicidade

Entre rabiscos estão meus versos que custo findá-los, torná-los canções. O peso da alma não padece ao cheiro da tinta.
Nem poesias, nem canções. No fim das contas não as faço bem. Não rimo, não canto. No fim de tudo sou só eu e meu violão, arranhando notas simples, sem a beleza das dissonâncias da música ou da vida.

domingo, 14 de abril de 2013

Sina

Poder ser agora
Ou quando melhor te será
O sentido já está aqui
O sorriso chega
Quando você chegar

Já tenho o enredo
E os personagens
Dubles de corpo e de mente

Chegar e permanecer
Cegar, mas sem deixar morrer
Esperar, sem descansar
Tirar as sandálias pro beijo durar

sábado, 23 de março de 2013

Silenciar


Interiorizando o som
Sem culpa ou medo
Do vazio que irá ficar

Mentalizar na escuridão
A paciência que a aflição veio a tomar
Nem vento só e toda paz se foi...

A calmaria que a reflexão traz
Reclusão de sentimentos
Solidão no meditar

Nas dúvidas
Nas escolhas
A mudez impera no pensamento
Ausência de palavras pra explicar
Infinita é
A liberdade do pensar.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Virada


Tudo acaba com um cigarro amassado sobre a mesa, com a luz acesa pra tomar satisfações. Corpo não é tudo, não somente basta . Tudo acaba quando acreditar em histórias não faz mais sentido, já que as tantas outras vezes disseram que não. Começar a manhã com um café e uma nova fisionomia não é tão fácil assim, pois olheiras e tristeza ainda permanecem.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Solidão


São dias frios em que a gente se retrai, se esconde em sombras e faz piruetas sem que ninguém veja, só para se aquecer. Não há ninguém, nem vestígios de complacência.